No momento que o Rio Grande aguarda a definição do governo referente à localização dos pedágios no Estado, apresentei projeto de lei na Assembleia Legislativa que estabelece a obrigatoriedade de implantação de ciclovias ou ciclofaixas nos projetos e na execução de todas as obras de rodovias estaduais.
Como presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Ciclismo e Cicloturismo no Parlamento gaúcho, entendo que a inclusão da bicicleta no modal de transportes precisa fazer parte do plano de trabalho de todas as esferas de governo. Com a pandemia, ela se tornou ainda mais uma parceira de aventura, lazer e trabalho para milhões de pessoas, fazendo com que tenhamos mais bicicletas do que carros no Brasil. São 50 milhões contra 41 milhões, respectivamente, diz o Ipea.
A bicicleta também tem fomentado negócios em todo País, integrando a chamada “Economia Verde”. Apenas no primeiro semestre de 2021, a indústria produziu 355 mil unidades – 42,6% a mais do que em 2020, gerando milhares de empregos diretos e indiretos, de acordo com a Abraciclo, entidade do setor.
Se o cenário é promissor, oferecer segurança é prioridade; somente Porto Alegre registrou 132 acidentes até junho deste ano – 65% a mais em relação ao ano passado. Dados do Observatório da Bicicleta apontam que temos 3.291 quilômetros de ciclovias nas capitais brasileiras. São Paulo oferece a maior malha cicloviária, com 498,3 quilômetros. Porto Alegre, após uma década do Plano Cicloviário, atingiu somente 10% do previsto, com a construção de 60 quilômetros de ciclovias. No Vale dos Sinos, Campo Bom foi pioneira na América Latina ao inaugurar, em 1977, seu primeiro trecho, enquanto Sapiranga se orgulha de ser a Cidade das Rosas e das bicicletas devido à quantidade de ciclistas.
Para se ter uma ideia, Amsterdã oferece mais de 500 quilômetros de ciclovias para seus 800 mil habitantes. Que possamos nos espelhar nos bons exemplos e avançarmos cada vez mais, com mais pedal e menos pedágios.