Secretaria destaca que iniciativa deve partir da Prefeitura, uma vez que a cidade possui gestão plena da Saúde
Uma reunião realizada no final da tarde desta terça-feira (10.05), na Secretaria Estadual da Saúde, com a participação do presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira, do deputado estadual Issur Koch, da Comissão Especial de Acompanhamento da Referência Oncológica do SUS da Câmara de Vereadores, e representantes da OAB e da Liga Feminina de Combate ao Câncer, voltou a dar esperanças de que o atendimento de pacientes oncológicos possa voltar a ser realizado em Novo Hamburgo.
De acordo com a secretária da Saúde, Arita Bergmann, o Estado está disposto a dialogar. Ela, porém, ressaltou que a reunião deveria contar com a presença da prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, visto que a cidade possui gestão plena de seus recursos para a Saúde. “Nosso papel como gestão estadual da Saúde é garantir o acesso da população que necessita do serviço em tempo oportuno. E foi o que fizemos ao negociar a transferência da referência para Taquara, não deixando ninguém desassistido”, completou Arita.
No encontro, Issur pediu à secretária que interceda junto ao governador Ranolfo Vieira Júnior para que os R$ 492 milhões que o Estado pretende utilizar em rodovias federais possam ser redirecionados à Saúde. “O projeto de lei, da forma como foi apresentado, não dá opção aos parlamentares. Ou se destina para as rodovias ou retorna ao caixa único do Estado. Queremos que este valor possa ser aplicado tanto na oncologia como na utilização de cirurgias eletivas, uma vez que há fila em diversas especialidades em todo Rio Grande do Sul”, enfatizou.
RETROCESSO
A presidente da Liga de Combate ao Câncer, Regina Dau, lembrou que a perda da oncologia representa um atraso de 30 anos para a cidade. “Não podemos comemorar que um paciente com câncer terá que se deslocar 80 quilômetros ida e volta para ter atendimento. Isso é um paliativo diante da necessidade, mas Novo Hamburgo precisa voltar a ser referência em oncologia”, apontou.
Regina disse que tinha um documento do Hospital Regina em que a instituição se mantinha aberta ao diálogo, desde que houvesse um equilíbrio financeiro para a prestação do serviço.
A diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada, da SES, Lisiane Fagundes, explicou que os recursos para custeio dos serviços de oncologia, por serem considerados de alta complexidade, são provenientes do Ministério da Saúde, e são repassados igualmente para todos os prestadores de serviços, regulados por uma tabela de preços do SUS. “O mesmo valor que deixa de ser repassado para Novo Hamburgo passa para o Hospital de Taquara, a fim de pagar as despesas do tratamento oncológico desses pacientes”, garantiu.