O Rio Grande do Sul e o Brasil vivem um verdadeiro “apagão” na área de Educação. Esta crise já chegou na ponta, com a falta de professores em escolas estaduais e municipais de diferentes regiões. No Vale dos Sinos, por exemplo, há escolas do Estado que no encerramento do primeiro semestre ainda não têm professores de Matemática, com sérios prejuízos para estudantes que precisam de reforço pós-pandemia.
Uma das soluções que se discute para enfrentamento deste problema é o cumprimento por parte do governo estadual de um dispositivo constitucional que destina 0,5% da receita líquida de impostos próprios de universidades comunitárias para vagas a estudantes carentes e à qualificação de professores. A regra não tem sido cumprida pelo Piratini, o que faz com que o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), formado por 14 instituições de ensino superior, deixe de ofertar capacitação para cerca de dez mil novos professores em todas as áreas do conhecimento.
Como efeito desta situação, não apenas estudantes perdem a oportunidade de aprender, mas também prefeituras não encontram professores aptos para contratar e, consequentemente, o mercado de trabalho é impactado pela qualidade da Educação. Sobram vagas, mas faltam profissionais em condições de preenchê-las, o que afeta diretamente a produtividade e a competitividade de nossas empresas em um mercado cada dia mais restritivo e exigente.
Como professor que está deputado estadual, compreendi há muito tempo que Educação é condição para o desenvolvimento. Deixá-la de lado é negligenciar o futuro do Brasil. Se o País que queremos começa na sala de aula, de uma vez por todas a Educação precisa estar na agenda de desenvolvimento de todos os candidatos a cargos públicos. E governador, por favor, cumpra a Constituição do Estado. Não é só pelo 0,5% – é pelo nosso futuro.