A Empresa Gaúcha de Rodovias reuniu esta semana prefeitos, vereadores, lideranças regionais e imprensa para anunciar ações para prevenção de acidentes na rodovia ERS-239, administrada pela estatal.
Estive neste ato com a expectativa de que a direção da EGR e a Secretaria Estadual de Transportes trariam medidas que pudessem impactar diretamente na vida dos mais de 600 mil motoristas que circulam a cada mês pela rodovia e, sobretudo, no cotidiano das cidades que são cortadas pela estrada. Infelizmente, o anúncio se resumiu à apresentação de uma campanha publicitária onde o motorista torna-se o responsável pelas melhorias na 239, numa clara inversão de papéis.
Como professor que está deputado estadual, sei da importância da Educação também para o trânsito, mas a questão da rodovia é estrutural, o que torna a solução para este problema bem mais complexo do que a mera distribuição de folders e a colocação de out-doors ao longo do trajeto.
É inegável que há imprudência de parte dos condutores e consequente responsabilização em muitas das 30 mortes registradas desde o início de 2021. No entanto, nenhuma campanha terá sucesso se não fecharmos os muitos acessos de xícara, em que o motorista corta a pista para retornar, melhorarmos a iluminação, ampliarmos a fiscalização, colocarmos mais passarelas e investirmos em obras estruturais, como túneis e elevadas para garantir um acesso seguro aos municípios dos Vales do Sinos e Paranhana.
Saúdo a iniciativa, mas uma empresa que arrecada milhões por ano com pedágio precisa dar mais respostas e retorno a quem paga a conta: o cidadão. Não foi desta vez.
Professor e deputado estadual
professor.issurkoch@al.rs.gov.br